ANTROPOLOGIA
é a ciência que tem como objeto o estudo sobre o homem e a humanidade de
maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões.
Divide-se
em duas grandes áreas de estudo, com objetivos definidos e interesses teóricos
próprios: a Antropologia Física (ou
Biológica) e a Antropologia Cultural
que abrange três tópicos gerais que por sua vez subdivide-se e constituem-se
como especialidades: Etnografia /
Etnologia, Linguística aplicada à antropologia e Arqueologia. A cultura e a
mitologia correspondem ao desejo do homem de conhecer a sua origem, ou produzem
um modo de autoconhecimento que é a identidade, diferenciando os grupos em
função de suas idiossincrasias e adaptação em ambientes distintos.
A
Antropologia preocupa-se em detalhar, tanto quanto possível, os seres humanos
que as compõem e com elas se relacionam, seja nos seus aspectos físicos, na sua
relação com a natureza, seja na sua especificidade cultural. Para o saber
antropológico o conceito de cultura abarca diversas dimensões: universo
psíquico, os mitos, os costumes e rituais, suas histórias peculiares, a
linguagem, valores, crenças, leis, relações de parentesco, entre outros
tópicos.
A
Antropologia nasceu, como ciência, efetivamente, da grande revolução cultural
iniciada com o Iluminismo.
Estuda
o homem como ser biológico, social e cultural. Sendo cada uma destas dimensões
por si só muito ampla, o conhecimento antropológico geralmente é organizado em
áreas que indicam uma escolha prévia de certos aspectos a serem privilegiados como
a “Antropologia Física ou Biológica”
(aspectos genéticos e biológicos do homem), “Antropologia Social” (organização social e política, parentesco,
instituições sociais), “Antropologia
Cultural” (sistemas simbólicos, religião, comportamento) e “Arqueologia” (condições de existência
dos grupos humanos desaparecidos). Além disso podemos utilizar termos como
Antropologia, Etnologia e Etnografia
para distinguir diferentes níveis de análise ou tradições acadêmicas.
Para
Claude Lévi-Strauss, a etnografia corresponde “aos primeiros estágios da pesquisa:
observação e descrição, trabalho de campo”. A etnologia, com relação à
etnografia, seria “um primeiro passo em direção à síntese” e a antropologia,
“uma segunda e última etapa da síntese, tomando por base as conclusões da
etnografia e da etnologia”.
Qualquer
que seja a definição adotada, é possível entender a antropologia como uma forma
de conhecimento sobre a diversidade cultural, isto é, a busca de respostas para
entendermos o que somos a partir do espelho fornecido pelo “outro”; uma maneira
de se situar na fronteira de vários mundos sociais e culturais, abrindo janelas
entre eles, através das quais podemos alargar nossas possibilidades de sentir,
agir e refletir sobre o que, afinal de contas, nos torna seres singulares,
humanos.
Só
no século XVIII, a Antropologia adquire a categoria de ciência, tendo como
objeto a análise das "raças humanas".
PRINCIPAIS REPRESENTANTES
Edward Burnett Tylor (1832-1917)
marca evolucionismo.
Franz Boaz (1858-1942)
desenvolve a ideia de que cada cultura tem uma história particular e
considerava que a difusão de traços culturais acontecia em toda parte. Nasce o
relativismo cultural, e a antropologia estende a investigação ao trabalho de
campo. Para Boas, cada cultura estaria associada à sua própria história. Para
compreender a cultura é preciso reconstruir a sua própria história. Surgia o Culturalismo, também conhecido como
Particularismo Histórico. Deste movimento surgiria posteriormente a escola
antropológica da Cultura e Personalidade.
Bronislaw Malinowski (1884-1942) A
Antropologia Estrutural nasce na
década de 40. Centraliza o debate na ideia de que existem regras estruturantes
das culturas na mente humana, e assume que estas regras constroem pares de
oposição para organizar o sentindo.
Para
a Antropologia Estrutural as culturas definem-se como sistemas de signos
partilhados e estruturados por princípios que estabelecem o funcionamento do
intelecto. E demonstra que as alianças são mais importantes para a estrutura
social que os laços de sangue.
Clifford Geertz (1926-2006)
o antropólogo cujas ideias causaram maior impacto na segunda metade do século
20, não apenas no que se refere à própria teoria e à prática antropológica, mas
também fora de sua área, em disciplinas como a psicologia, a história e a
teoria literária. Fundador de uma das vertentes da antropologia contemporânea -
a Antropologia Hermenêutica ou
Interpretativa.
Desiludiu-se
com a metodologia antropológica, o que o levou a elaborar um método novo de
análise das informações obtidas entre as sociedades que estudava.
Sua
tese começa defendendo o estudo de "quem as pessoas de determinada
formação cultural acham que são, o que elas fazem e por que razões elas crêem que
fazem o que fazem".
Para
Geertz, a Antropologia Interpretativa, é a leitura das sociedades enquanto
textos ou como análogas a textos. A interpretação ocorre em todos os momentos
do estudo, da leitura do "texto", pleno de significado, que é a
sociedade na escrita do texto/ensaio do antropólogo, por sua vez interpretado
por aqueles que não passaram pelas experiências do autor do texto escrito.
Todos os elementos da cultura analisada devem, portanto, ser entendidos à luz
desta textualidade, imanente à realidade cultura.
Outros
movimentos significativos, na história do século XX, para a teoria
Antropológica foram as escolas Cognitiva, Simbólica e Marxista.
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