Muitas foram as
vezes que senti-me desprezada por ser o que sou.
Ultrapassei obstáculos, fui derrubada, reergui-me, segui...
Lutei com minha própria classe, esbravejei, e muitas vezes fraquejei.
Homenageei com sentimento profundo quem colocou-me no chão.
Enrijecida tornei-me pelos tombos, afrontas e insultos.
Recorri ao bom senso e permaneci calada, trabalhando em silêncio.
Suor não me
faltou, uma vida de labor me sustentou.
Íntimo vitorioso à cada palavra contra mim lançada.
Maior evidência não podia acontecer, minha classe começava vencer.
Brinquei de submissão, foi divertido, via em semblantes, o sabor da ilusão.
Ontem, nem falava, hoje solto a voz clara e firme para que todos ouçam.
Longo foi o tempo de luta para a vitória alcançar...Ela chegou!!!
Odioso preconceito se dissipa a todo vapor.
Doei sorrisos aos
insultos proferidos por mentes menos esclarecidas.
Ondeei nas estradas da vida, mas consegui ser admirada, respeitada.
Agora, pouca coisa
resta a fazer, é só continuar procurando espaço.
Melhorando a cada amanhecer, em cada entardecer...Anoitecer.
Ouvir o coração misturado com a razão, então, resplandecer.
Rumar para o infinito sentimento de mulher e vitoriosa permanecer.
Um dia vivi a ilusão de que ser
homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria. Do que eu quisesse ter
Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora. É o que me faz viver.
Quem dera pudesse todo homem compreender, ó mãe, quem dera
Ser o verão no apogeu da primavera
E só por ela ser. Quem sabe o super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa da mulher.
Que o mundo masculino tudo me daria. Do que eu quisesse ter
Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora. É o que me faz viver.
Quem dera pudesse todo homem compreender, ó mãe, quem dera
Ser o verão no apogeu da primavera
E só por ela ser. Quem sabe o super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa da mulher.
Irá
mui poucas vezes à janela,
Mas
as mais que puder irá à panela;
Ponha-se
na almofada até o jantar,
E
tanto há de coser como há de assar.
[Gregório de Matos]
REFERÊNCIAS:
Disponível em: http://www.dipity.com/tickr/Flickr_mulheres/. Acesso em 26 nov. 2012.
Disponível em: http://conversademenina.wordpress.com/2010/03/09/pesquisa-74-dos-cidadaos-globais-nao-acredita-que-lugar-de-mulher-e-em-casa. Acesso em 26 nov. 2012.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dilma_Rousseff. Acesso em 26 nov. 2012.
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